(...)


Acabou o tempo em que escrevi por ti, para ti, sobre ti.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

COMPLETAMENTE VICIANTE


Sou viciada no teu cheiro, sou viciada na tua voz, sou viciada em ti.
Gostava de ter um vicio diferente que não fosse tão viciante. É um vicio impossível de deixar. Viciaste o meu corpo de uma maneira que ele agora morreu pois à muito que não sente o teu toque.
Porquê estar viciada em ti e não em chocolate ou gelado?
Como me conseguiste
viciar desta maneira tão intensa. Qual o segredo que resulta sempre em enganar aquelas que se apaixonam por ti? Tens um grande dote.
Liberta-te de mim, faz as malas e foge de uma vez por todas. Faz morrer este vicio e livra-me do sofrimento.
Ter um vicio que não pode ser alimentado quando quero é difícil, por isso, MORRE VICIO.
Morre hoje, morre para sempre e vai enganar e viciar quem se quer deixar levar pela mentira e quem se mostrar fácil. Vai viciar e enganar alguém como me viciaste a mim.
Foste bom...
Até à próxima vicio!

Daniela Vieira

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Não me fujas!

A ida à praia tornou-se agora uma rotina. Todos os dias me dirigia até lá com esperança de te encontrar.
Encaminhei-me então, hoje até à areia e decidi dar um passeio à beira-mar e sentir a leve brisa que fazia com que o meu cabelo esvoaçasse. A praia mantia-se silenciosa ouvindo-se apenas o rebentar das ondas do mar e os pequenos sons feitos pelas gaivotas. Depois de caminhar alguns metros naquele vasto areal decidi sentar-me e sentir por uns momentos, de uma forma diferente, a brisa do mar.
Sem mais nem menos alguém se senta a meu lado e me comprimenta com um doce sorriso. Não eras tu. Era uma grande pessoa na minha vida, era a minha conselheira, era um grande pedaço de mim e da minha vida.
Permanecemos ali sentadas durante uma tarde inteira, a conversar. Durante esse tempo muitas gargalhadas se soltaram de ambas. Muitas gotas salgadas de saudade deslizaram em ambos os rostos.
Foi bom estar durante tanto tempo com alguém tão especial na minha vida. Estar com alguém que me enchuga o rosto. Que me ouve quando preciso. Que me aconcelha quando é necessário. Que me chama para a vida e me faz acordar.
Estava a começar a escurecer, já era tarde e então decidimos voltar para casa passeando à beira-mar. A noite continuava perfeita como todos os dias e decidi oferecer-lhe um cantinho em minha casa para dormir e assim continuavamos a nossa longa conversa.
Ela estava completamente ensonada e quando dei por mim já estava a falar para as estrelas, pois ela já tinha adormecido no meu colo.
Os seus carinhos, as suas palavras, a sua presença alegrou o meu coração e “abriu-me” novamente os olhos.
Fiz de tudo para que ela se sentisse confortavel, enquanto isso eu visualizava a Lua, aquela que reflectia a sua luz nos olhos pretos de uma criança. Mesmo ela estando a dormir profundamente, eu agradeci-lhe por tudo o que me ensinou até agora, pelo que tem sido comigo, por tudo o que fez, e eu adoro-a.
Passadas algumas horas eu também adormeci e só voltei a acordar quando o Sol voltou a brilhar.
“Desejo-te bons sonhos. Dorme bem melhor amiga. Estás presente na minha vida, nos meus dias, nos meus pensamentos, e claro no meu coração.”
Não me largues.
Gosto muito de ti.
Daniela Vieira

Vem daí! Queres?

Queres vir ver as estrelas? Queres ver o reflexo da lua brincando nas águas do mar? Queres ver o reflexo da lua brincar no meu rosto? Queres inalar o meu perfume? Queres vir localizar o horizonte? Queres ouvir os relâmpagos e ver o que eles provocam no ar? Queres ouvir a chuva leve martelar no telhado? Queres sentir um formigueiro ao meu toque? Queres ver as borboletas nocturnas e beijar-me ao som dos grilos? Queres? Então vem daí, vem comigo. Levanta-te desse sofá, larga o comando da televisão porque agora a série sou eu, deixa de uma vez por todas esta sala de estar e vem comigo. Vem sentir o calor da noite. Vem passar uma noite comigo. Eu também tenho sofá, também tenho televisão que por acaso também tem um comando e também tenho uma sala de estar. Se isso te torna mais seguro então fica sabendo que tenho tudo isso, tenho tudo isso e muito mais para te dar, por isso vem comigo e prometo-te que não te vais arrepender. É apenas uma noite. Quero ser tua bailarina, dançando para ti ao som do vento e no fim meter-me em bicos dos pés e plantar-te um beijo na cara. Vem daí e eu entrelaçarei os meus dedos nos teus. Vem daí e vamos passear à luz do luar, ao som da música da noite. Vem larga tudo isso e agarra-me, prometo-te que não te arrependes. Vem fazer-me feliz pelo menos uma vez na vida.
Daniela Vieira

Pegadas na areia

Marco novamente de uma forma suave as minhas pequenas pegadas no longo areal. Avisto um pequeno espaço que dizia ser aconchegador, aproximo-me e encosto-me na parede juntando os meus joelhos ao meu corpo. Vejo-me completamente ausente da vida.
Olho em frente e avisto um pequeno barco à vela, e aí vejo a tua imagem naufragando e nesse preciso momento vejo-me invadida por gotas salgadas deslizarem na minha face. A tua imagem avivou tudo na minha memória.
Baixo por uns momentos a cara, escondendo-a por entre os braços, e quando volto a olhar em frente, nem sinais de ti. Presumi que tivesses voltado para o cais para arrumar o barco, e aí desejei que caminhasses no longo areal até chegares ao teu pequeno mundo, e foi mesmo isso que aconteceu. Passados uns minutos lá estavas tu, sentado à beira-mar visualizando o rebentar das ondas, as gaiotas procurando alimento por entre os grãos de areia, o barulho trémulo do embate da água naquelas grandes e exageradas rochas, o sol brilhar e reflectir a sua luz no longo oceano, os casais e crianças que de uma forma mais simples “molhavam os pés” e refrescavam a face.
Vivo então ali uma longa distância entre nós, apesar de o estar a ver e de ele estar apenas a uns metros de distância, sentia que continuava ausente, talvez por não lhe poder tocar.
Levantaste-te e despediste-te do oceano e de tudo o resto com um doce sorriso, sorriso esse de que tenho saudades. Num simples piscar de olhos desapareceste e eu permaneci por mais uns momentos até o aparecer da Lua e o escurecer do céu, a chegada da noite.
Passados uns momentos despedi-me então mas, não com um sorriso, despedi-me apenas com uma gota do meu sofrimento.
A Lua já brincava com a sua luz na água fresca do longo oceano, e eu ali já contribuira imenso para o aumento das suas águas.



Daniela Vieira

quarta-feira, 5 de maio de 2010


O Sol brilhava por entre as nuvens e iluminava-me o rosto. Levantei-me de manhã cedo e dirigi-me para a praia. Marcava a areia tão suave com as minhas pequenas pegadas. Caminhava ao longo do areal refrescando muitas vezes o corpo com a água daquele lindo oceano. Sentei-me então á beira da água, com os joelhos encostados ao corpo visualizando as andorinhas e as gaivotas pairarem por cima do mar, muitas vezes passando por entre as pequenas ondulações formadas por esse longo manto azul. As ondas rebentavam e deslizavam na areia molhando uma parte do meu corpo. Fazia com que a areia se infiltrasse por entre os meus dedos das mãos e o vento suave daquele dia levava uns pequenos grãozinhos daquele mesmo areal. Imaginei-me então sentada a teu lado virada para o mar, enlaçando o meu braço na tua cintura e encostando a minha cabeça no teu ombro. Aquele longo manto azul e aquele infinito areal avivava na minha memória tudo o que passei a teu lado e foi mesmo por essa razão que me dirigi até àquele local. Via então as horas passarem e permaneci naquele local até o escurecer do céu. A noite estava perfeita e a brisa existente nem me arrefecia, nem me deixava com aquele calor estranho. Caminhei então e despedi-me das minhas memórias, porque são essas que me fazem sofrer. Decidi libertar-me de tudo e (re)começar.
Daniela Vieira